31 de dezembro de 2009

O SEGUNDO ANJO DO APOCALIPSE

“Um segundo anjo o seguiu, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilónia, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.” (Ap. 14:8)
Depois do primeiro anjo, surge o segundo com uma mensagem e um tom diferente. O segundo anjo é portador de uma mensagem que lemos e notamos uma forma negativa e contrária da precedente. Em vez de uma boa nova de esperança que alegre e conforte, lemos sobre o julgamento num sentido profundamente negativo. É o anúncio da queda de Babilónia (leia Ap. 14:8).
O verbo está conjugado no passado para bem marcar o carácter definitivo da sentença. É no estilo dos oráculos dos profetas hebraicos. Assim o profeta Isaías, por exemplo, afirmava: “E eis aqui agora vem uma tropa de homens, cavaleiros de dois a dois. Então ele respondeu e disse: Caiu, caiu Babilónia; e todas as imagens esculpidas de seus deuses são despedaçadas até o chão.” (Is. 21:9).
Da mesma maneira, o profeta Jeremias declara: “Na mão do Senhor a Babilónia era um copo de ouro, o qual embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as nações; por isso as nações estão fora de si. Repentinamente caiu Babilónia, e ficou arruinada; uivai sobre ela; tomai bálsamo para a sua dor, talvez sare.” (Jer. 51:7,8).
É aqui representado o campo onde agiu Babel (Babilónia) a ilusão e o sonho. Os seus seguidores embriagados com o vinho (falsas doutrinas) perderam o sentido da realidade. Eles foram enganados. Babel fez-se passar por cidade de Deus. E eles acreditaram, e por fim, uniram-se a ela numa relação de adultério. Segundo o livro de Provérbios, é o inevitável desfecho do embriagado:
“31 Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente.
32 No seu fim morderá como a cobra, e como o basilisco picará.
33 Os teus olhos verão coisas estranhas, e tu falarás perversidades.
34 e serás como o que se deita no meio do mar, e como o que dorme no topo do mastro.” Provérbios 23:31-34.
Em contraste com os cento e quarenta e quatro mil que permanecem virgens esperando a cidade que vem do Alto, estes os de Babel são neste contexto descritos como beberrões e possuídos pelo desejo do adultério.
Os que pertencem ao campo do Cordeiro são caracterizados pelo temor de Deus vivida como uma relação de amor e de fidelidade. Em vez, no campo de Babel, Deus é substituído pela instituição de inspiração terrena e a religião vive-se como uma relação de adultério. A missão do segundo anjo consiste precisamente a revelar esta mistificação para que os habitantes da terra sejam advertidos. A máscara é denunciada. Graças ao estudo do livro de Daniel e do Apocalipse realizados durante os séculos XIX, estamos à altura presentemente de compreender que este poder religioso não tem inspiração do Alto. o pequeno chifre com rosto humano que se eleva até Deus (Daniel 7:24,25; 8:9-11,25), onde a besta se apresenta como Deus (Ap. 13:4), representa uma instituição intrinsecamente humana. Esta descoberta à luz das Escrituras, é em si mesma a queda de Babilónia.
A mensagem foi projectada para todos os horizontes. Não se trata de acusar para entreter sentimentos da sua própria superioridade, antes e acima de tudo, para que os que querem discernir saiam dessa “taberna” e aqueles que conhecem o Deus Criador não se deixem cair na armadilha. A queda de Babilónia torna-se assim o paradigma de todas as quedas. A partir do exemplo de Babilónia histórica que caiu sob o golpe de Ciro em 536 a.C., a profecia bíblica cria uma forma de ilustrar, ou seja, uma lição universal, uma lição que deve entender-se para além de todas as fronteiras, seja no plano politico, religioso e mesmo psicológico.
Todo o orgulho e toda a pretensão à infalibilidade e ao estatuto divino acaba inevitavelmente sobre a confusão em que caiu Babel e conhece o mesmo destino de queda. Não há ideal político, Igreja, homem ou mulher, que esteja ao abrigo deste perigo. Babilónia é também uma mentalidade, um traço de espírito que encontramos para além da torre do rei Nabucodonosor, ou mesmo da Igreja Católica. A queda de todas estas Babilónias constitui um alerta solene contra o nosso próprio orgulho e anuncia a nossa própria queda.
Entre muitas outras lições que se podem tirar desta mensagem, retenhamos firme a Palavra da Verdade com zelo e humildade, olhando para Jesus e tendo-O como Único exemplo, Ele não caiu. Deus vos abençoe em Jesus. Amém!
Espero encontrar-vos no ano 2010. Esta mensagem foi escrita no dia 31 de Dezembro de 2009.

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