17 de agosto de 2010

DANIEL 3: A VITÓRIA DOS HEBREUS

“Então o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abednego na província de Babilónia.” Daniel 3:30
Nabucodonosor não se tinha convertido à religião dos três hebreus. No entanto, ele dá a esta religião um estatuto legal, e que os seus três representantes prosperem. Na realidade, esta boa vontade repentina disfarça o seu embaraço, e como podemos ver no capítulo 2 de Daniel, indica uma espécie de transferência. Ao fazer prosperar os três hebreus, Nabucodonosor forja uma consciência tranquila face ao Deus de quem ele foge.
Para os Caldeus assim como para os Hebreus, esta atitude do rei traz algumas lições. Em Primeiro lugar, o emprego da expressão: “na província de Babilónia” (v.30), no final do capítulo, como na sua introdução: “O rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, a altura da qual era de sessenta côvados, e a sua largura de seis côvados; levantou-a no campo de Dura, na província de Babilónia.”(3:1), “na província de Babilónia”, sugere um retorno ao começo. Todas as manobras e armadilhas dos caldeus não tiveram graves conclusões. Os três Hebreus estão no mesmo lugar e nem sequer passam por protagonistas por terem salvo a face do rei e dos outros funcionários. O seu êxito estende-se apenas e tão só naquele lugar onde estão os seus inimigos. “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.” (Salmo 23:5).
No entanto, no final da prova a situação dos Hebreus é superiora. Eles confiaram em Deus e o Único Deus respondeu na província de Babilónia, era para eles claro que Ele é um Deus vivo, mas eles sentem o calor da Sua manifestação. Antes eles eram três homens, presentemente eles são quatro! Eles saem da prova enriquecidos, fortalecidos como nunca antes. Correram o risco de tudo perder, mas os Hebreus ganharam mais do que eles já possuíam – ilustração perfeita do paradoxo designado por Jesus: “Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33).
Os hebreus não procuravam o êxito, a vitória. Os seus interesses estavam noutras coisas. Viam o “invisível”. Eles tinham renunciado às suas posições, e mesmo à sua vida. A sua exclusiva razão de ser, a sua única felicidade, a aspiração deles era servir e adorar Deus. O Reino de Deus pertence aos que não procuram interesses pessoais. O Reino de Deus não é uma recompensa para os justos que o merecem pelas suas boas obras. A “vitória” dos Hebreus ensina-nos que a prenda de Deus vem como uma surpresa e uma graça para aqueles que tudo perderan e nada esperam como recompensa. Paradoxalmente, só o serviço gratuito, sem o cuidado da recompensa, será recompensado. Seja para sempre, Deus louvado. A Ele, honra e a glória em todo o tempo. Amem!

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