15 de novembro de 2010

A QUINTA TROMBETA DO APOCALIPSE

Por um decreto recente, fora prometida pelo papa certa indulgência a todos os que subissem de joelhos a "escada de Pilatos", que se diz ter sido descida por nosso Salvador ao sair do tribunal romano, e miraculosamente transportada de Jerusalém para Roma. Lutero estava certo dia subindo devotamente esses degraus, quando de súbito uma voz semelhante a trovão pareceu dizer-lhe: "O justo viverá da fé." Rom. 1:17. Ergueu-se de um salto e saiu apressadamente do lugar, envergonhado e horrorizado. Esse texto nunca perdeu a força sobre sua alma. Desde aquele tempo, viu mais claramente do que nunca o engano de se confiar nas obras humanas para a salvação, e a necessidade de fé constante nos méritos de Cristo. Tinham-se-lhe aberto os olhos, e nunca mais se deveriam fechar aos enganos do papado. Quando ele deu as costas a Roma, também dela volveu o coração, e desde aquele tempo o afastamento se tornou cada vez maior, até romper todo contato com a igreja papal.
O Grande Conflito, p. 125 (E.G. White)
1. Como é apresentada a quinta trombeta? (5ª TROMBETA EM POWER POINT - CLICAR)
Rª: “O quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caíra sobre a terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como fumaça de uma grande fornalha; e com a fumaça do poço escureceram-se o sol e o ar. Da fumaça saíram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o que têm os escorpiões da terra.” Apoc. 9:1-3.
Nota explicativa: A quinta trombeta descreve o processo do castigo de Deus. o julgamento atinge o interior da Igreja Romana em consequência natural da sua acção. O julgamento está intrínseco às suas faltas; as pretensões ao estatuto de ser “como Deus” sobre a terra, a intolerância e a opressão causada, bem como o facto de rejeitar a vontade de Deus a quem ela deveria de representar.
A história dá razão à profecia. A reação popular e laica durante a revolução francesa é bem prova disso. Os movimentos anti-clericais do século XVII e XVIII, são uma resposta ao espírito das cruzadas, da inquisição que marcaram a história durante os séculos XI a XVI.
A profecia utiliza a imagem dos gafanhotos para dar conta da natureza deste ataque. No livro de Joel os gafanhotos são substituídos por cavalos (Joel 2:4; cf. Apocalipse 9:7). Estes gafanhotos destroem tudo por onde passam e como que cobrem o céu como se fossem uma nuvem (Joel 1:10), durante o tempo de uma geração (Joel 1:4,6). A vida do gafanhoto é de 5 meses.
2. Que ordem foi dada aos gafanhotos?
Rª: “Foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm na fronte o selo de Deus.” Apoc. 9:4.
Nota explicativa: Os efeitos deste flagelo são limitados no espaço bem como no tempo. No espaço, os gafanhotos, só tocam naqueles que não receberam o selo de Deus (Apoc. 9:5), ou seja, todos aqueles que perderam o sentido da adoração de Deus como Criador. Só a Igreja Romana foi sujeita aos ataques revolucionários laicos. O povo, por seu lado, torna-se mais livre e mais audacioso a exprimir o seu pensamento e na procura da verdade. O momento é propício a colocar em questão os ensinamentos, terreno ideal para que germinem os ideais da Reforma.
3. Que tipo de sofrimento não foi permitido aos gafanhotos?
Rª: “Foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem. E o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião, quando fere o homem.” Apoc. 9:5.
Nota explicativa: Os gafanhotos ferem, enquanto, a picada do escorpião pode ser fatal; a dor provocada pela picada de um gafanhoto permanece pouco tempo. A Igreja Romana iria sobreviver a este flagelo. Segundo a profecia, o seu tormento duraria 5 meses (5 x 30 dias), ou seja cento e cinquenta anos (interpretando segundo a regra profética; um dia por um ano). Um tal flagelo é sem precedentes na história da Igreja. O seu começo é marcado de forma especial na Revolução francesa, esta fez estremecer o Catolicismo ao ponto do papa ter sido preso (1798). O fim da perda de soberania foi reconhecido depois da Segunda Grande Guerra (1948). O papado recuperou então o seu estado soberano graças à ratificação dos acordos de Latrão (1929).
Desde então, a evidência foi o surgimento de partidos políticos pós-guerra, partidos políticos “cristãos democratas” por toda a Europa; largamente dominados por membros da Igreja católica, eles estão muitas vezes à cabeça de governos ou de coligações a todos os níveis, apresentam um cariz anticomunista, social e de luta contra a pobreza, e empenhados nos planos ecuménicos.
Uma curiosidade importante, é a referencia aos 5 meses, um tempo que está também associado ao relato do Dilúvio, o primeiro flagelo de Deus na história da humanidade (Géneses 7:24).
4. Que se diz terem sobre si os gafanhotos?
Rª: “Tinham sobre si como rei o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom e em grego Apoliom.” Apoc. 9:11.
Nota explicativa: O sábio diz: “os gafanhotos não tem rei; contudo, marcham todos em bandos.” Provérbios 30:27; no entanto, os gafanhotos desta passagem (Apoc. 9:11) estão muito organizados na sua obra de destruição, pois tem um governante cuja as ordens obedecem.
O texto faz referencia “o anjo do abismo”; o anjo tem como significado “mensageiro”. Abismo em grego: fréatos tês abússou, “poço ou lugar sem fundo”, ou “poço do abismo”. A palavras ábussos usa-se repetidas vezes na LXX para traduzir a palavra hebraica tehom. O poço do abismo pode considerar-se como um símbolo das extensas regiões onde o catolicismo exercia o seu poder e a sua influência cristã/pagã.
Fica-nos a palavra “Abadom”, “destruição”, “ruína”. Esta palavra usa-se em sentido geral em Jó 31:12, e equivale a “inferno” (Heb. She`ol, o reino figurado dos mortos). O uso deste nome hebraico neste contexto é importante porque boa parte do simbolismo usado por João tem origem no hebreu. Sem dúvida, o facto de ser apresentado em grego "Apoliom", e em hebraico ´Abadom´. Com dois diferentes nomes em duas línguas é evidente que se pretende representar mais o carácter do que o nome do poder. Sendo assim, ele é apresentado nas duas línguas como um destruidor. Tal tem sido o carácter deste governo; mais que a destruição física, cruzadas e a inquisição é o falso ensino. A mistura do cristianismo com o paganismo.

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