6 de dezembro de 2010

A SEGUNDA TROMBETA DO APOCALIPSE

Os estimados leitores, repararam que temos o hábito de começar do fim para o princípio, em blog é mais fácil ser consultado. É justamente para facilitar a vossa pesquisa que assim procedemos, em especial, nos temas de estudo sequencial.
Hoje entramos na Segunda Trombeta, este é um assunto que nos tem ocupado nas últimas semanas, é um tema sério e não pode ser um discurso de circunstância, a Bíblia deve falar, ensinar; ela é a Palavra de Deus. (CLICAR PARA VER O POWER POINT)
Já o dissemos nos estudos das últimas trombetas e repetimos: as sete trombetas são “juízos severos” que “advertem o mundo”, é nossa convicção que estamos a viver esse tempo. As trombetas são transversais à história desde a queda de Jerusalém até ao final do Tempo da Graça. São chamados a modificarmos os nossos caminhos e a nos prepararmos para um Futuro de Esperança preparado pelo Soberano e Senhor Jesus Cristo.
1. Que incisiva mensagem é deixada pela segunda trombeta?
Rª: “O segundo anjo tocou a sua trombeta, e foi lançado no mar como que um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar. E morreu a terça parte das criaturas viventes que havia no mar, e foi destruída a terça parte dos navios.” Apocalipse 8:8,9.
Nota explicativa: A catástrofe anunciada por esta trombeta tem sido interpretada como uma representação das incursões dos vândalos. Estes, desalojados do seu território na Trácia pelas incursões dos Unos provenientes da Ásia Central, emigraram através da Gália (hoje França) e Espanha até ao Norte da África romana, e estabeleceram um reino tendo como centro Cartago. Desde este centro dominavam o Mediterrâneo ocidental com uma frota de piratas que saqueavam as costas de Espanha, Itália e Grécia. Chegavam a atacar os barcos romanos. O apogeu da sua rapina foi no ano 455 d. C., quando saquearam a cidade de Roma durante uma semana.
2. A que correspondem as trombetas?
Rª: Todo o ritual das trombetas encontra eco no ritual Levítico e está carregado de um significado simbólico. A visão do anjo inspira-se do ritual levítico que obrigava o Sumo Sacerdote a manter a fumaça permanentemente diante de Deus, “cada manhã” mas também “entre as duas tardes” (Êxodo 30:7,8). O ritual era praticado ao longo do ano sobre o altar de forma quadrangular, sobre o qual as brasas vivas eram perfumadas graças a um incensário que sobre elas lançava incenso. Uma vez por ano, na festa das expiações, o incenso espalhava-se pelo lugar santo e ia para além do véu ao interior do lugar santíssimo (Lev. 16:12,13).
3. Neste contexto onde nos coloca a visão do Apocalipse?
Rª: Coloca-nos no contexto do ritual quotidiano no curso do qual o Sacerdote, como o anjo do Apocalipse, lançava a sua pazada de brasas incandescentes entre o pórtico e o altar. Toda a cerimónia é descrita no contexto do mais antigo tratado rabínico, o Tamid, um escrito do 1º século a. C., que incorporava o Tamid, um escrito que incorpora a Misna um século mais tarde, ou seja, uma dezena de anos depois do Apocalipse.
4. Era esta lição desconhecida dos antigos profetas?
R: “E falou ao homem vestido de linho, dizendo: Vai por entre as rodas giradoras, até debaixo do querubim, enche as tuas mãos de brasas acesas dentre os querubins, e espalha-as sobre a cidade. E ele entrou à minha vista.” Ezequiel 10:2.
Nota explicativa: O gesto é revelador da infelicidade que vai atingir a ciadade santa. Jerusalém tornar-se-á uma grande “fogueira”.
“Portanto, assim diz o Senhor Deus: Ai da cidade sanguinária! também eu farei grande a fogueira.” Ezequiel 24:9 (cf. Ez. 21:3; 2ª Reis 25:9).
Nota: As trombetas trazem a “vingança” respondendo à opressão. Enquanto que os selos mostravam a opressão do poder usurpador ao longo dos séculos, as trombetas assinalam um julgamento imanente que já tem a sua objectividade dentro da história e preparam para o julgamento do Altíssimo.
5. Pode considera-se a mensagem das trombetas particularmente sugestiva?
Sim! Os sacerdotes tocavam as trombetas em ocasiões especiais, tais como; guerra, julgamento. Tocavam ainda; para assinalar vitória, festa ou expiação (ver Josué 6:4,6,8,13; Levíticos 25:9). Elas serão tocadas da mesma forma para anunciar o grande dia do julgamento de Deus.
Nota explicativa: Ao som das trombetas, era normal que todo o israelita se preparasse para a festa da expiação (o dia dez de Tichri). Cada manhã, os selihot (pedidos de perdão) eram recitados, estes pedidos eram intercalados com os treze atributos da misericórdia de Deus:
“Tendo o Senhor passado perante Moisés, proclamou: Jeová, Jeová, Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; que usa de beneficência com milhares; que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado; que de maneira alguma terá por inocente o culpado; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração.” Êxodo 34:6-7
Conclusão: No contexto do Apocalipse, a evocação da festa das trombetas enriquece a profecia com as mesmas notas de esperança e de julgamento, mas também de apelo ao arrependimento. E neste contexto pode ter-se em conta o profeta: Joel 2:
12 Todavia ainda agora diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto.
13 E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes; e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em benignidade, e se arrepende do mal.
14 Quem sabe se não se voltará e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, em oferta de cereais e libação para o Senhor vosso Deus?
15 Tocai a trombeta em Sião, santificai um jejum, convocai uma assembléia solene;
16 congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai os meninos, e as crianças de peito; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva do seu tálamo.
17 Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele. Por que diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?
Forte abraço e até aquele dia!

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