29 de agosto de 2011

QUEM É A MULHER VESTIDA DE BRANCO?

Uma mulher foi possuída pelo demónio. Os gritos que ela dava eram horríveis. As pessoas aterrorizadas olhavam para mim como se perguntassem: "o que faremos?"

Algumas pessoas tentavam segurar a mulher, mas não conseguiam. A força dela era descomunal. Todos os que a seguravam eram facilmente projectados, estendeu as mãos para o meu pescoço, não me mexi, continuei a orar. Espumava, os olhos vermelhos como sangue e gritava: “matei-o e vou matar-te, quem te mandou aqui?”
Ameaça? Medo? Perseguição? Não sei. Ao longo da vida, tenho visto muitas vezes pessoas serem possuídas pelo demónio. É um quadro deprimente. Dói ver seres humanos completamente dominados pelas forças do mal, mas estamos em guerra.
A guerra começou no Céu e transferiu-se para a Terra. E, ao longo da história humana, as tentativas e os
métodos que o inimigo usou para arruinar o ser humano e desvirtuar a adoração e a obediência devidas a Deus, foram os mais variados.
- ver Apocalipse 12:1-3 -
Quem é esta mulher? O que simboliza? E o dragão? De onde vem e o que quer? O relato bíblico continua em Apocalipse 12:4-5.
Para entender esta profecia, torna-se necessário voltar ao Jardim do Éden. Ao momento triste do confronto do ser humano caído com Deus. Naquela ocasião, estavam presentes o casal e a serpente que os enganara. Note o que Deus disse à serpente em Génesis 3:15: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar."
Esta é a primeira profecia bíblica. Ao mencionar neste versículo a "mulher", Deus não estava a referir-se únicamente à mulher ser humano, Ele estava a falar da Sua Igreja neste planeta.
Na Bíblia, a Igreja de Deus é simbolizada de várias maneiras. Algumas vezes ela é comparada ao corpo humano (Efésios 4:12). Noutras, a uma mulher pura que espera pelo noivo (II Coríntios 11:12).
Este simbolismo é confirmado no Apocalipse. Uma mulher pura, vestida de sol, é símbolo da Igreja de Deus (Apocalipse 12:1).
Uma outra mulher a prostituta, vestida de vermelho, simboliza a igreja que pertence ao inimigo de Deus (Apocalipse 17:1-5). Dois comandantes com os seus respectivos exércitos.
Quando em Génesis 3:15 Deus apresentou a luta entre a serpente e a mulher, estava a profetizar a luta dos séculos entre o diabo e a Sua Igreja. "Esta" - diz a profecia referindo-se à Igreja - "te ferirá a cabeça e tu (a serpente), lhe ferirás o calcanhar".
Quando Satanás provocou a morte de Cristo no Calvário, feriu a Igreja no calcanhar. Mas Jesus, através da fidelidade do Seu povo, ferirá finalmente o diabo na cabeça.
Apocalipse 12 vemos outro aspecto da luta entre o diabo e a Igreja de Deus. A mulher está grávida, a ponto de dar à luz a um "Varão que regerá as nações". Este, sem dúvida alguma, é Jesus, o Salvador do mundo. O profeta Isaías já O profetizara muitos anos antes, vejamos em Isaías 9:6 "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz".
O salmista David identifica melhor, quando diz que ele regerá as nações com vara de ferro (Salmos 2:7-9); esta é a forma como é revelado em Apocalipse. A profecia afirma ainda que "a serpente antiga, que se chama diabo e Satanás", tentaria destruir a Criança logo que Ela nascesse. Não é preciso conhecer muito de História para saber que Herodes decretou a morte de todas as crianças judias quando Jesus nasceu. A profecia bíblica diz que o dragão tinha o propósito de "devorar o Filho", e a História regista que Herodes decretou a morte das crianças. Quem estava por trás de Herodes? Penso não ser difícil de concluir, o que pensa? Satnás não se evidencia como é. Usa as pessoas, esconde-se atrás delas. Controla-as, domina-as e leva-as a cumprir os seus propósitos escuros. Evidentemente a mulher que foi possuída pelo inimigo, na noite em que eu pregava, e que possuiu a Herodes incutindo-lhe o propósito de matar o Menino, ambos não passavam de marionetes nas mãos do antigo enganador. Ele tentou destruir "o Filho da mulher" e tentará, hoje também, destruir os nossos filhos.
Quem sabe se como pai, não está a sofrer por causa de um filho que se encaminha rumo à destruição? Quem acha que está por detrás das sensações alucinantes das drogas? Quem está por detrás das ideias de liberdade, que não passam de libertinagem, mas que levam a juventude de hoje a viver sem princípios éticos nem morais? "Tudo é permitido", dizem. Mas arruinam-se e arruinam a vida daquels que os amam, ferem-se a si mesmos e destroem o próprio futuro.
Outro dia falava com um jovem, que fugira de casa dos pais para viver uma vida dissoluta: - "Tu és o sonho dos teus pais", disse-lhe colocando a minha mão no ombro dele. - "Ah, pastor" (respondeu-me). "Eu não estou preocupado em realizar o sonho dos meus pais; quero é realizar os meus próprios sonhos".
Mas, que tipo de realização é essa que leva um jovem a deambular pelas ruas toda a noite e madrugada? Que tipo de sonho é esse que só cria nele o vazio, o desespero e a loucura, depois que o efeito da droga passa?
Existe uma força oculta por trás de tudo isto. Lares divididos. Filhos desobedientes. Pais ditadores. Ideais desfeitos. Sonhos estilhaçados. Tudo tem um autor: o dragão que tentou devorar o "Filho da mulher"; e que tentará, hoje, devorar os nossos filhos.
Apocalipse 12:6, continua a resentar a luta entre a igreja de Deus e o dragão. Diz: "A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado lugar para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias".
Esta profecia fala de perseguição. Leiamos Apocalipse capítulo 12:13 "...o dragão... perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão".
Será que a Igreja de Deus foi perseguida nalguma época da História?
Os anais da História universal provam que sim. A História regista um período escuro da humanidade. Uma época em que se tentou dominar a consciência das pessoas. Perseguiu-se por causa da fé. A Igreja Cristã e o Estado uniram-se e, consequentemente, começaram a entrar no seio da Igreja costumes pagãos que a Palavra de Deus condenava. A profecia, porém, indica que a verdadeira Igreja de Deus não perseguiria, mas seria perseguida e, por isso, fugiria para o deserto durante um período de 1260 dias.
Em linguagem profética, um dia significa um ano (Ezequiel 4:6 e 7; Números 14:34). O que quer dizer que a Igreja verdadeira de Deus se esconderia no deserto por um período de 1260 anos.
Durante este período, as pessoas que "perseveravam" em obedecer à Bíblia, e somente a Bíblia, foram cruelmente perseguidas. Muitos, como os Valdenses, tiveram que se esconder nas cavernas das montanhas para poder sobreviver. Quase literalmente, a terra abriu a boca para esconder a "mulher".
O que provocava tão furiosa perseguição era a obediência que a verdadeira Igreja prestava à Palavra de Deus. Afinal, aquela mulher é apresentada no capítulo 12 de Apocalipse como "vestida de sol". O que significa o sol? Vejamos como responde David no Salmos 84:11: "Porque o Senhor Deus é sol e escudo".
Essa é a Igreja de Deus, sem dúvida alguma. E por que tem a lua sob os seus pés? Se o sol é símbolo da justiça de Deus, onde estão refletidos os Seus ensinos e princípios? Outra vez, David responde no Salmos 119:105: "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para os meus caminhos".
A conclusão é clara: a Igreja de Deus fundamenta os seus ensinos não em tradições humanas, mas na Bíblia, que é a Palavra de Deus. Este foi o motivo da grande perseguição religiosa. O poder que perseguia não podia aceitar que os seus ensinamentos fossem confrontados com a Bíblia.
Este período de tempo, em que a verdadeira Igreja de Deus foi perseguida em consequencia da fidelidade à Palavra de Deus, encontra-se registado na Bíblia de várias maneiras.
1. Em Apocalipse 11:3 e 12:6
Faz-se menção de 1260 dias
2. Em Apocalipse 11:2; 13:5
São mencionados 42 meses, que, multiplicados por 30 dias do mês, resultam também em 1260 dias.
3. Em Daniel 7:25; 12:7 e Apocalipse 12:14 menciona-se: "tempo e tempos e metade de um tempo", ou seja, 3 tempos e meio, que, na verdade, equivalem a 3 anos e meio, multiplicados pelos 12 meses do ano, dão 42 meses, que, multiplicados por 30 dias de cada mês, resultam outra vez em 1260 dias.
Todos estes textos bíblicos apresentam o mesmo período de tempo no qual se levantou um poder que, usando o nome de Deus e atribuindo-se a prerrogativa de ser a igreja de Deus, perseguiu na verdadeira a Igreja de Deus.
E tudo pelo simples motivo de que esta "teimava" em manter a doutrina bíblica, pura, tal como Jesus a ensinara quando esteve na Terra.
Por incrível que pareça, existe na História um período de exactamente de 1260 anos de perseguição religiosa, que começa no ano 538, com o édito de Justiniano. Foi Justiniano quem, depois de derrotar os ostrogodos, decretou que o bispo de Roma teria a preeminência sobre os bispos das outras cidades, pela razão de que Roma era a capital do império e dominava o mundo político daqueles dias.
Esse período abrange os anos em que a igreja perseguiu aqueles que se negavam a obedecer-lhe cegamente. Como já vimos, nessa época a Igreja utilizou um instrumento chamado "Santa Inquisição" ( ver RELIGIÕES CRISTÃS) e tentou impedir que qualquer pessoa estudasse a Bíblia. Isso para que ninguém percebesse os erros que foram transferidos do paganismo para o cristianismo daqueles dias.
Ler e defender verdades bíblicas era considerado heresia, e a pena para os hereges era a fogueira. A inquisição previa ainda a confissão de "delitos" sob torturas terríveis. Instrumentos de tortura usados pela Igreja medieval podem ser vistos em vários museus, que a História guarda até hoje, como o Museu do Deserto em França, bem como, em muitos outros museus espalhados pelo mundo.
Esse período de perseguição terminou em 1798, quando o General Berthier levou preso o líder religioso da igreja, chamado Pio VI.
Camamos uma vez mais a atenção para o método do inimigo. Ele persegue a Igreja de Deus, mas não se identifica. Pelo contrário, o poder que persegue denomina-se a si mesmo “igreja de Deus”, enquanto reclama a adoração e a obediência para si e não para Deus e a obediência à Palavra de Deus.
Com certeza, muitas pessoas que faziam parte da pretensa igreja de Deus achavam que estavam a fazer um favor a Deus, ao perseguir um "bando de hereges" que teimosamente obedeciam à Bíblia e não à igreja. Só que essas pessoas, por mais sinceras que fossem, não percebiam que estavam a ser usadas pelo inimigo de Deus, na tentativa de destruir a verdadeira Igreja.
A profecia de Apocalipse 12 afirma que a verdadeira Igreja de Deus, embora perseguida, sobreviveria e teria um remanescente nos nossos dias. Este é um remanescente que o demónio odeia e continua a perseguir, certamente, com métodos diferentes. É um remanescente que se caracteriza por duas particularidades expressas em Apocalipse capítulo 12:17. Leiamos: "Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus".
Estas características repetem-se novamente em Apocalipse 14:12 ao citar a perseverança dos santos. Veja o que diz: "Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus".
Deus declara, sem hesitação, que Ele tem uma Igreja e que esta tem duas características distintas: tem a fé de Jesus e, ao mesmo tempo, acredita na validade dos Seus mandamentos, tal como a Bíblia os regista em Êxodo 20. Estas foram as características da Igreja de Deus desde o Éden. Lá no Jardim, Adão e Eva constituíam a Igreja de Deus. Eles eram os Seus filhos, o Seu povo. Mas o inimigo estava ali para destruir o povo de Deus e apresentou-se disfarçado de serpente, tentando desvirtuar os dois pontos básicos do relacionamento com o Criador: adoração e obediência. "Se comerdes da árvore" - disse a serpente - "sereis como Deus. Vocês não precisam de Deus, pode ser o seu próprio Deus. Porqie razaão tem de obedecer?".
Adão e Eva caíram. Mas depois se arrependeram e tornaram a constituir o povo de Deus. Então vieram os filhos: Caim e Abel. Naquela época, Deus pediu o sacrifício de um cordeiro como símbolo de Jesus, o Cordeiro de Deus, que um dia tiraria o pecado do mundo. Abel obedeceu. Levou um cordeiro para expressar a sua fé no Salvador. Caim desobedeceu. Levou o fruto da terra, direcionou a adoração para o fruto do seu trabalho. Alí, naquele, momento, originou-se a igreja do inimigo de Deus neste planeta.
Os dias passaram e a Bíblia regista em Génesis 6:2 a divisão clara destes dois grupos de pessoas: "Vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas..."
Percebe? Filhos de Deus e filhos dos homens. Ai estão as duas únicas igrejas do mundo, porque só existem dois comandantes.
Antes do dilúvio, Noé e a sua família e muitas pessoas que começaram a construir a arca, faziam parte da Igreja de Deus. Infelizmente, muitos abandonaram as fileiras dos fiéis. Quando o Dilúvio chegou, somente Noé e a sua família constituíam o povo de Deus, que Ele salvou. Somente eles adoraram ao verdadeiro Deus e obedeceram a ordem de construir a arca.
Depois veio o tempo de Abrão (posteriormente chamado Abraão), que adorava e obedecia ao Senhor numa terra de incrédulos e Deus um dia chamou-o. Leiamos juntos o que diz em Génesis 12:1,2: "...Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome..."
Abraão e os seus descendentes são claramente identificados na Bíblia como a Igreja de Deus. As duas características daquele povo eram a adoração ao verdadeiro Deus, Criador dos céus e da Terra, e a obediência fiel à Sua Palavra, que incluía os mandamentos que Deus escreveu posteriormente em tábuas de pedra, no Sinai.
Quando Jesus veio, Israel, que era o Seu povo, não O aceitou. Rejeitou-O. Eles disseram que não aceitavam outro, senão César. Mas houve doze israelitas que O aceitaram. Os doze discípulos que Jesus usou para estabelecer a Igreja cristã.
Por isso, podemos dizer que o povo de Deus sempre existiu ao longo da História. E teve sempre as duas características.
Israel pensava que era o povo de Deus por herança, mas esqueceu-se que só permaneceria povo de Deus se O adorassem como o verdadeiro Deus - o Deus que Se fez carne na pessoa de Jesus - e obedecessem aos Seus mandamentos.
A Igreja Cristã corre o mesmo perigo. Ela não será a Igreja de Deus só porque Jesus a estabeleceu no início da História. Mas continuará a ser na medida em que adore unicamente o Deus verdadeiro, na pessoa de Jesus Cristo, e obedeça à Sua Palavra, que inclui os mandamentos. Afinal, essas sempre foram as características do povo de Deus ao longo da História.
Deus sabia que hoje o ser humano andaria confuso diante de tantas igrejas e religiões. Todas pretendem ser a Igreja de Deus e algumas, mais benevolentes ainda, defendem a ideia de que todas as igrejas conduzem a Deus. É muito fácil tomar posições radicais em diferentes aspectos da vida - embora seja pouco prudente fazê-lo - mas quando se trata de vida ou morte e, como já vimos, existe um inimigo que usará qualquer método para enganar o ser humano, vale a pena estudar com rigor e oração o que o apóstolo São Pedro escreveu em II Pedro 1, 19: "Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso..."
E, se prestarmos atenção ao que diz a Bíblia, perceberemos que ela afirma contundentemente que Deus tem uma Igreja que conserva duas características: (1) Crê em Jesus e (2) guarda os mandamentos de Deus.
O dever de toda a pessoa sincera é, através do estudo consciencioso da Palavra de Deus, encontrar essa Igreja e preparar-se para o futuro. Sem medo do que virá.
Que Deus o abençoe na busca para encontrar a verdade sobre este assunto.

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